Resenha Biblioteca Meia-Noite

Resenha Biblioteca Meia-Noite

Resenha Biblioteca Meia-Noite de Matt Haig

Resenha Biblioteca Meia-Noite

Título original: The midnight library
Escritor(a): Matt Haig
Série:
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 308
Ano: 2021
Gênero: Ficção
Classificação:
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Aos 35 anos, Nora Seed é uma mulher cheia de talentos e poucas conquistas. Arrependida das escolhas que fez no passado, ela vive se perguntando o que poderia ter acontecido caso tivesse vivido de maneira diferente. Após ser demitida e seu gato ser atropelado, Nora vê pouco sentido em sua existência e decide colocar um ponto final em tudo. Porém, quando se vê na Biblioteca da Meia-Noite, Nora ganha uma oportunidade única de viver todas as vidas que poderia ter vivido.

Neste lugar entre a vida e a morte, e graças à ajuda de uma velha amiga, Nora pode, finalmente, se mudar para a Austrália, reatar relacionamentos antigos – ou começar outros –, ser uma estrela do rock, uma glaciologista, uma nadadora olímpica… enfim, as opções são infinitas. Mas será que alguma dessas outras vidas é realmente melhor do que a que ela já tem?

Em A Biblioteca da Meia-Noite, Nora Seed se vê exatamente na situação pela qual todos gostaríamos de poder passar: voltar no tempo e desfazer algo de que nos arrependemos. Diante dessa possibilidade, Nora faz um mergulho interior viajando pelos livros da Biblioteca da Meia-Noite até entender o que é verdadeiramente importante na vida e o que faz, de fato, com que ela valha a pena ser vivida.

Você já parou para pensar como seria se pudéssemos viver todas as vidas que quiséssemos? E se cada decisão nossa abrisse portas para uma realidade completamente nova, cheia de possibilidades e “e se’s”? É isso que Matt Haig nos propõe explorar com A Biblioteca da Meia-Noite.

Nora Seed, aos 35 anos, está meio que nadando em um mar de arrependimentos e insatisfações. Morando em Bedford, ela está sempre batendo cabeça com uma porção de decepções que a fazem ficar revirando na mente todas as escolhas que fez na vida. Ela se sente meio que por baixo em vários aspectos: no trabalho, nunca conseguiu se estabilizar ou se sentir plenamente realizada; nos esportes, ela sempre lembra daquelas chances de ouro que de algum jeito sempre escapavam; nos relacionamentos, então, nem se fala — uma série de términos e desencontros que a deixaram meio que desacreditada no amor. E na vida familiar, ela também sente que falhou, especialmente quando pensa na relação meio que estremecida com o irmão.

Nora leva uma vida que parece estar sempre um pouco fora de sintonia, com aquela sensação chata de que nada que ela faz é bom o suficiente e que suas escolhas só a levaram por um caminho cheio de frustrações e desapontamentos. Ela trabalha numa loja de instrumentos musicais, o que até combina com sua paixão por música, mas, por algum motivo, isso não tem trazido aquela realização que ela tanto esperava. Nora vive atormentada por uma enxurrada de “e se(s)”, sempre se perguntando sobre os caminhos que não tomou e as oportunidades que escaparam por entre seus dedos.

Em uma noite, depois de um dia que realmente testou seus limites, Nora chegou a um ponto de desespero tão grande que tentou acabar com tudo. Mas, ao invés do fim sombrio que ela esperava, Nora se viu em um lugar completamente fora do comum: a Biblioteca da Meia-Noite. Um espaço mágico, onde as prateleiras se estendam sem fim, e cada livro é como uma janela para uma vida diferente que ela poderia ter vivido se suas escolhas tivessem sido diferentes.

Entre a vida e a morte, há uma biblioteca… Cada livro oferece uma oportunidade de experimentar outra vida que você poderia ter vivido.

Na Biblioteca da Meia-Noite, Nora é acompanhada pela Sra. Elm, a bibliotecária que a conhece desde a infância e que agora atua como uma espécie de guia nesse universo paralelo. A Sra. Elm explica a Nora que ela pode “experimentar” essas outras vidas, mergulhando nos livros para vivê-las temporariamente. Isso lhe oferece uma chance única de ver como teriam sido seus dias se ela tivesse feito escolhas diferentes nos momentos mais importantes da sua vida.

Conforme Nora vai explorando essas vidas alternativas, ela se encontra em uma variedade incrível de situações: uma vez é uma cientista aclamada, outra uma estrela do rock com legiões de fãs, e em outra, uma mãe e esposa completamente dedicada. Em cada uma dessas vidas, ela descobre alegrias e também seus desafios, e começa a perceber que até as vidas que parecem perfeitas por fora têm seus problemas e dificuldades.

Sabe, essas experiências todas fazem Nora perceber que o ditado “a grama do vizinho é sempre mais verde” nem sempre condiz com a realidade. Cada caminho que a gente escolhe na vida traz seus próprios desafios e compensações. E olha que interessante, ela começa a notar que a própria vida dela, apesar de cheia de arrependimentos e aqueles “e se(s)”, também estava lotada de oportunidades que ela nunca tinha visto antes e de potenciais que ela nunca tinha aproveitado.

O livro traz uma lição valiosa: sofrer pelas escolhas que não fizemos ou pelos caminhos que não seguimos simplesmente não vale a pena. Cada decisão que tomamos no dia a dia carrega em si a possibilidade de moldar nosso futuro de formas que muitas vezes nem conseguimos imaginar. Agarrar-se aos “e se(s)” só faz a gente ficar amarrado a uma ideia perfeita do passado e acaba nos impedindo de valorizar e melhorar a vida que estamos vivendo o agora.

Mas talvez fosse isso o que todas as vidas eram. Talvez até as que parecem valer a pena ou ser perfeitamente intensas fossem iguais, no fim das contas. Hectares de decepção, monotonia, mágoas e rivalidades, mas com flashes de encanto e beleza.

A história flui de um jeito suave, entregando uma leitura fácil e cativante. Ler esse livro é como ser transportado para outro mundo, onde o dia a dia se mistura com um toque de magia, acompanhando as jornadas e pensamentos da Nora Seed. Mesmo abordando temas que são bem profundos como: su***dio, ansiedade, depressão, alcoolismo e arrependimento, a narrativa é leve, o que facilita para entender tudo e criar aquela conexão emocional, sem deixar a leitura pesada. Sabe aquele livro que você não consegue parar de ler? É exatamente assim. Perfeito para quem gosta de histórias que são bem construídas, com personagens que parecem reais e situações com as quais a gente se identifica em nossa própria vida.

O que realmente me chamou atenção foi a originalidade do conceito do livro. Imagine só uma biblioteca onde cada livro é uma vida diferente que a protagonista poderia ter vivido, tudo isso baseado nas escolhas que ela fez. Isso não é só inovador, é totalmente fascinante. Esse conceito nos dá a chance de mergulhar nas nuances da vida e nas consequências das nossas decisões de uma forma que é única e faz a gente refletir bastante. Mais do que uma história, o livro funciona como um espelho, mostrando as possibilidades da nossa própria vida de um jeito que talvez nunca tenhamos considerado antes.

Eu simplesmente não conseguia parar de ler esse livro, mesmo com o pouco tempo livre que eu tinha. A história me prendeu de uma forma incrível, e todo momento livre que surgia, eu corria para continuar de onde tinha parado. Foi uma experiência tão envolvente e recompensadora que me permitiu esquecer do mundo ao redor e mergulhar de cabeça no universo da Nora Seed. Me senti completamente transportado para outra realidade, longe das preocupações do dia a dia.

A Biblioteca da Meia-Noite é um daqueles livros que prendem a gente de verdade. Ele nos faz aceitar que a vida é cheia de surpresas e possibilidades que nem sempre conseguimos ver de cara. O livro é um toque para a gente lembrar que muitas vezes temos uma segunda chance bem na nossa frente, só precisamos ver tudo com uma nova visão. Eu super recomendo para quem curte histórias que fazem pensar e que mostram uma nova maneira de olhar para as escolhas que fazemos no dia a dia. É realmente uma aventura deliciosa repleta de percepções e descobertas!

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