Resenha de “What Remains of Edith Finch”

Resenha de “What Remains of Edith Finch”

What Remains of Edith Finch: Uma Viagem entre Memórias e Maldições

Hoje eu quero compartilhar uma experiência que me pegou de surpresa e mexeu bastante comigo. Estou falando de What Remains of Edith Finch, um jogo que não é apenas um jogo, mas uma verdadeira viagem emocional. Se você gosta de histórias intrigantes, com um toque de mistério e uma pitada de tristeza, então prepare-se, porque essa aventura vai te levar para um passeio e tanto pela árvore genealógica mais esquisita e fascinante que você já viu.

Imagina só: você volta para a casa da sua família, uma mansão bizarra e cheia de segredos, para descobrir o que aconteceu com cada um dos seus parentes. E quando eu digo “bizarra”, estou falando sério! Cada quarto é um mundo à parte, congelado no tempo, com suas próprias histórias e tragédias. E o melhor de tudo? Você vai descobrir tudo isso pelos olhos de Edith Finch, a última da linhagem, que está determinada a entender essa “maldição” que parece perseguir sua família.

Então, se ajeita aí, pega um café (ou um chá, se preferir), e vem comigo nessa jornada emocionante pelo legado dos Finch. Prometo que vai ser uma viagem inesquecível!

What Remains of Edith Finch

Cena atmosférica da casa ancestral dos Finch em What Remains of Edith Finch, iluminada sob a luz crepuscular.

Título original: What Remains of Edith Finch
Desenvolvedor: Giant Sparrow
Plataforma: PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch, PC
Modo: Um jogador (Single Player)
Ano: 2017
Classificação:
Gênero: Aventura, Indie, Narrativa Interativa

 

Tudo começa com Edith Finch, a última sobrevivente de uma família cheia de tragédias. Ela volta para a casa onde cresceu, uma mansão toda torta e esquisita em uma ilha na costa de Washington. Ela está grávida e quer entender melhor a história da sua família, e talvez, só talvez, quebrar a “maldição” que parece assombrar os Finch.

Assim que Edith entra na casa, a primeira coisa que chama a atenção é como tudo está exatamente como foi deixado. Cada quarto é como um pequeno santuário, selado e preservado no tempo, com pertences e lembranças das pessoas que viveram lá. E é aí que a coisa começa a ficar interessante: cada quarto revela uma história, e cada história é uma pequena peça do quebra-cabeça que é a família Finch.

E aqui está a grande sacada do jogo: a narrativa é guiada pela própria Edith enquanto ela explora a casa. Quando ela entra no quarto de um parente e interage com um objeto pessoal, o jogo transporta você para os últimos momentos de vida desse familiar. Isso permite que você veja exatamente o que aconteceu com ele, tornando a experiência ainda mais envolvente e emocionante.

Cena atmosférica da casa ancestral dos Finch em What Remains of Edith Finch, iluminada sob a luz crepuscular.

 

Vamos começar pela Molly Finch (1937-1947), tia-avó de Edith. A história de Molly é meio sombria e misteriosa. Ela tinha apenas dez anos quando morreu. Através de uma espécie de diário, descobrimos que uma noite, depois de ser mandada para a cama sem jantar, ela começou a ter umas visões estranhas. Molly se transforma em diferentes animais – um gato, uma coruja, um tubarão e, finalmente, um monstro marinho. Cada transformação é uma experiência surreal e meio assustadora, e no fim, é sugerido que ela acabou se devorando. Macabro, né?

Depois, tem a história do Calvin Finch (1950-1961), irmão gêmeo de Sam (o avô de Edith). Calvin era um garoto cheio de vida que amava aventuras e sonhava em ser astronauta. A sua morte é trágica e rápida – ele cai de um balanço no penhasco enquanto tentava dar uma volta completa. A maneira como o jogo mostra essa história é tão poética quanto triste, com Calvin finalmente “voando” como sempre quis.

Passamos então para a história de Barbara Finch (1944-1960), outra tia de Edith. Barbara era uma estrela infantil de filmes de terror, mas sua carreira desmoronou conforme ela cresceu. Sua história é contada como uma história em quadrinhos de terror, completa com sustos e um final bem perturbador: Barbara é atacada por fãs malucos, e sua morte é um grande mistério até hoje.

Em seguida, conhecemos Walter Finch (1952-2005), tio de Edith. A história de Walter é uma das mais tristes. Depois da morte de Barbara, ele ficou tão traumatizado que passou a viver em um bunker debaixo da casa, isolado do mundo, por mais de trinta anos. Ele seguia uma rotina meticulosa para afastar os medos, mas um dia decide sair e viver de verdade. Infelizmente, ele é atropelado por um trem assim que sai do bunker. É uma reflexão sobre medo e isolamento, e como a vida é curta demais para ser vivida com medo.

Temos também a história do Sam Finch (1950-1983), avô de Edith, um homem duro e resiliente. A história dele é contada através de uma série de fotografias. Ele era um fotógrafo e amava a natureza. A morte dele ocorre durante uma caçada com sua filha, quando ele cai de um penhasco ao tentar fotografar um cervo.

Gus Finch (1969-1982), irmão mais velho de Dawn (mãe de Edith), tem sua história contada através de um poema encontrado numa pipa. Gus era um adolescente rebelde que morreu durante uma tempestade de vento em um casamento do seu pai ao ar livre. O poema, junto com as imagens da pipa voando na tempestade, cria uma sensação de caos e beleza, refletindo a natureza turbulenta de Gus.

A história de Gregory Finch (1976-1977), irmão mais novo de Dawn e Gus, o bebê da família, é uma das mais dolorosas. Gregory era um bebê alegre que adorava brincar na banheira. A tragédia dele é contada por meio de uma carta de divórcio que seu pai, Sam, escreveu para a ex esposa. Gregory morreu afogado enquanto sua mãe estava distraída ao telefone. A forma como isso é narrado é quase surreal, com os brinquedos de banho ganhando vida em uma espécie de dança na água. A inocência e felicidade de Gregory fazem sua perda ainda mais dolorosa e difícil de aceitar.

A mãe de Edith, Dawn Finch (1968-2016), também tem sua história contada. Ela é uma das poucas Finch que conseguiu sair da casa e tentar uma vida normal. Infelizmente, ela morre de uma doença desconhecida quando Edith ainda era jovem.

Outra história marcante é a de Lewis Finch (1988-2010), irmão de Edith. Ele trabalhava em uma fábrica de enlatados e, para fugir da monotonia, começou a criar um mundo de fantasia na sua cabeça. No fim, ele se perde tanto nesse mundo que confunde realidade e fantasia, levando à sua morte em um ato trágico que mistura ambos os mundos.

Agora, vamos falar de Milton Finch (1992-2003?), irmão mais velho de Edith, um prodígio artístico. Sua história é envolta em mistério, pois ele desapareceu misteriosamente quando tinha 11 anos. No jogo, encontramos evidências de seu talento artístico através de um livro de flipbook cartunesco que ele deixou para trás. A sequência jogável sugere que Milton pode ter fugido para um mundo de fantasia que ele criou, mas seu destino final permanece desconhecido. O desaparecimento de Milton foi um grande golpe para a família e um mistério que Edith não conseguiu resolver.

E não podemos esquecer de Odin Finch (1880-1937), o bisavô de Edith e o patriarca da família Finch. Odin é o responsável por trazer a família para os Estados Unidos, depois de uma série de tragédias na Noruega. Ele construiu a casa original, que acabou afundando junto com ele no mar, logo ao chegar na costa de Washington. Sua história é contada através de uma série de documentos e fotos antigas que mostram a determinação de Odin em deixar o passado para trás e começar uma nova vida.

Sven Finch (1915-1964), bisavô materno de Edith e marido de Edie. Sven era um cara super habilidoso e engenhoso. Ele era conhecido por ser um ótimo carpinteiro e inventor. Muitas das adições e modificações únicas na mansão Finch foram obra dele. Sven transformou a casa em um lugar cheio de peculiaridades e engenhocas, refletindo toda a sua criatividade e talento. Ele morreu tragicamente enquanto construía um dragão de madeira no jardim da casa. Sua história é contada através das recordações e objetos espalhados pela casa, mostrando seu amor pelo trabalho manual e pela família.

Por fim, temos a história de Edie Finch Sr. (1917-2010), a bisavó de Edith, que foi uma das primeiras a chegar na casa. Ela perdeu vários filhos de formas trágicas, e sua história é contada de uma forma meio mística, através de cartas e fotos antigas.

Através de todas essas histórias, a gente começa a entender a complexidade e a tragédia dos Finch. A “maldição” da família é, na verdade, uma série de eventos trágicos e coincidências que vão se acumulando ao longo das gerações. Edith, ao revisitar essas histórias, tenta encontrar um sentido para tudo isso e, talvez, uma forma de proteger seu próprio filho da mesma sina.

O jogo termina com Edith escrevendo tudo o que descobriu em um diário, para que seu filho um dia possa entender sua herança. Ela morre durante o parto, mas seu legado e o da família Finch continuam através das palavras que deixou.

A casa dos Finch, com todos os seus quartos selados e passagens secretas, é um personagem por si só. Cada canto e recanto da casa está cheio de memórias e segredos, esperando para serem descobertos. A exploração da casa é tanto uma jornada física quanto emocional, à medida que Edith desvenda as vidas e mortes de seus familiares.

What Remains of Edith Finch não é apenas um jogo sobre a morte; é um jogo sobre a vida – como ela é vivida, lembrada e como continua através das gerações. Cada história dos Finch é um lembrete da fragilidade da vida e da importância de lembrar e honrar aqueles que vieram antes de nós. Edith, ao documentar as histórias de sua família, não apenas descobre mais sobre seu passado, mas também encontra um sentido de paz e compreensão que ela pode levar para o futuro.

Deixa eu te contar: What Remains of Edith Finch foi uma das experiências mais marcantes que já tive jogando. Eu entrei no jogo esperando uma boa história, mas o que encontrei foi uma verdadeira montanha-russa de emoções.

Primeiro de tudo, a casa dos Finch é uma obra de arte por si só. Cada detalhe, cada cantinho está cheio de personalidade e história. É o tipo de lugar que te faz querer explorar cada quarto, abrir cada gaveta e descobrir cada segredo escondido. E é exatamente isso que você faz no jogo, só que cada descoberta vem acompanhada de uma história de vida e morte que é de partir o coração.

O que realmente me pegou de surpresa foi como cada história é contada de uma maneira única. Um minuto você está voando como um pássaro, no outro está vivendo um conto de terror em quadrinhos. É uma mistura de estilos que funciona perfeitamente para manter as coisas interessantes e emocionalmente impactantes.

E as histórias… Nossa, as histórias. Cada membro da família Finch tem uma história que é ao mesmo tempo triste e bonita. É impossível não se apegar aos personagens e não sentir a dor de suas perdas. Eu me peguei refletindo sobre a minha própria vida e sobre como cada um de nós tem nossas próprias histórias, nossos próprios “quartos selados” cheios de memórias.

Mas não pense que o jogo é só tristeza. Ele também tem momentos de beleza e esperança que te deixam com um nó na garganta. A jornada de Edith, em particular, é incrivelmente tocante. Ela não está apenas tentando entender o passado de sua família, mas também buscando encontrar paz e um caminho para o futuro.

What Remains of Edith Finch é mais do que um jogo; é uma obra de arte que vai te fazer rir, chorar e pensar. Se você ainda não jogou, não perca tempo. É uma experiência que vale cada minuto.

 

Perguntas Frequentes:

O que é What Remains of Edith Finch?

What Remains of Edith Finch é um jogo de aventura focado na narrativa, desenvolvido pela Giant Sparrow e publicado pela Annapurna Interactive. O jogo segue a história de Edith Finch, a última sobrevivente de uma família considerada amaldiçoada, enquanto ela explora a casa ancestral da família para descobrir a história por trás de cada membro da família e seus destinos trágicos.

Para quais plataformas What Remains of Edith Finch está disponível?

What Remains of Edith Finch está disponível para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC. Ele foi lançado inicialmente em abril de 2017.

Qual é o estilo de jogo de What Remains of Edith Finch?

O jogo é uma experiência de aventura em primeira pessoa, onde os jogadores exploram a casa dos Finch e interagem com objetos para desvendar as histórias dos membros da família. Cada história é apresentada de uma forma única, com diferentes estilos de jogabilidade que variam de segmentos em primeira pessoa a sequências mais abstratas e simbólicas.

Quanto tempo leva para completar o jogo?

A duração de What Remains of Edith Finch varia entre 2 a 3 horas, dependendo do ritmo do jogador e do quanto ele explora. O jogo é projetado para ser uma experiência concisa, mas profundamente impactante.

What Remains of Edith Finch é adequado para crianças?

Devido aos temas maduros, incluindo morte e perda, What Remains of Edith Finch é mais adequado para jogadores adolescentes e adultos. O jogo aborda esses temas de forma sensível e artística, mas pode ser emocionalmente intenso.

 

Compartilhe

 

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrição
Notificar de
guest

0 Comentários
Mais antiga
Mais recente Mais votados
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários