A Serpente e as Asas Feitas de Noite é realmente bom? [Review Honesto]

A Serpente e as Asas Feitas de Noite é realmente bom? [Review Honesto]

A Serpente e as Asas Feitas de Noite [RESENHA]

Capa do livro A Serpente e as Asas Feitas de Noite de Carissa Broadbent, com fundo escuro e uma serpente dourada envolvendo asas de morcego.

Título original: The Serpent and the Wings of Night
Escritor(a): Carissa Broadbent
Série: 1 (Duologia)
Editora: Suma
Páginas: 448
Ano: 2024
Gênero: Fantasia Romântica (Romantasy), Enemies to Lovers, Aventura, Drama Político, Fantasia Sombria (Dark Fantasy)
Classificação:

 

Para humanos e vampiros, as regras são as mesmas: nunca confie em ninguém, nunca ceda e sempre ― sempre ― proteja seu coração.

Oraya é a filha adotiva do rei dos vampiros Nascidos da Noite. Humana em meio a predadores naturais, ela passou a vida lutando em um mundo que desafia sua existência. A única chance que tem de sobreviver é vencendo o Kejari, um lendário torneio promovido pela própria deusa da morte. Mas derrotar seus adversários, vampiros das três casas do reino, não será um desafio simples e, para resistir à brutalidade das batalhas, Oraya será obrigada a se aliar a um rival misterioso.

Raihn é um vampiro atroz, inimigo do rei e o oponente mais poderoso que Oraya encontra. Ainda assim, o que mais a assusta é a inesperada afeição que sente por ele. Quando a Casa da Noite é ameaçada, Raihn parece ser o único capaz de entender e ajudá-la, mas, em um mundo em que nada é mais mortal que o amor, essa relação pode colocar tudo a perder.

Sabe aquele tipo de história que mistura sangue, poder e uma pontinha de romance que te deixa sem ar? Pois é exatamente isso que A Serpente e as Asas Feitas de Noite entrega. A trama gira em torno de Oraya, uma humana criada entre vampiros — o que já seria loucura o bastante —, mas ela é filha adotiva do temido Rei dos Vampiros, Vincent. Desde pequena, ela precisou aprender a lutar, sobreviver e esconder cada fraqueza, porque o mundo em que vive não perdoa ninguém… muito menos uma humana frágil em meio a monstros imortais.

Para provar seu valor e conquistar um poder capaz de garantir sua sobrevivência, Oraya decide participar do Kezra, um torneio mortal criado pela deusa da morte. O prêmio? Uma bênção divina — e a chance de mudar completamente seu destino. Só que o Kezra não é uma competição qualquer: é um banho de sangue onde humanos e vampiros se enfrentam até sobrar apenas um. E o detalhe mais importante? Ninguém jamais viu um humano chegar longe o bastante para vencer.

Durante o torneio, Oraya se vê obrigada a formar uma aliança improvável com Raihn, um vampiro de um clã rival que é perigoso, misterioso e, claro, absurdamente charmoso. A química entre os dois é instantânea — aquele tipo de tensão que beira o insuportável, cheia de olhares, provocações e desconfiança. Eles precisam trabalhar juntos para sobreviver, mas a cada batalha, a linha entre inimigo e aliado começa a ficar perigosamente borrada.

Conforme o Kezra avança, Oraya descobre que há muito mais em jogo do que ela imaginava. Intrigas políticas, segredos sobre sua origem e o verdadeiro poder que corre dentro dela começam a vir à tona. E quanto mais ela se aproxima de Raihn, mais ela percebe que confiar nele pode ser tão letal quanto enfrentá-lo. Ele tem um passado obscuro e motivações próprias — e o coração dela não sabe se deve fugir ou se render.

A relação entre os dois cresce entre o caos e o perigo, mas o destino não dá trégua. Quando a verdade sobre o torneio e o papel de Vincent é revelada, Oraya precisa escolher entre o amor e o poder, entre ser a garota humana vulnerável ou a força que pode mudar o reino inteiro. E o final… é o tipo que te deixa de boca aberta, misturando dor, sacrifício e aquele gostinho agridoce de algo épico só começando.

Olha… eu preciso começar dizendo que A Serpente e as Asas Feitas de Noite foi uma verdadeira montanha-russa emocional. Eu entrei esperando um romantasy cheio de ação e saí completamente obcecada pelos personagens — principalmente pela Oraya. Que protagonista! Ela é humana num mundo onde isso basicamente significa “presa fácil”, mas ainda assim consegue ser a mais perigosa da sala. Inteligente, sarcástica e determinada, ela carrega aquele tipo de força silenciosa que me ganha logo de cara.

E aí vem o Raihn… aquele tipo de personagem que a gente quer odiar, mas o coração insiste em fazer o oposto. Ele é o típico vampiro misterioso com um passado sombrio, só que Carissa Broadbent faz um trabalho tão bom desenvolvendo a relação dele com Oraya que você sente cada olhar, cada escolha e cada dúvida entre eles. A tensão é real — e o slow burn aqui é de outro nível! Tem química, mas também respeito, vulnerabilidade e um tipo de conexão que cresce de forma natural, mesmo no meio do caos.

O Kezra, o torneio de sangue, é outro ponto alto. As cenas de luta são bem descritas, cheias de adrenalina e estratégia, e o livro não tem medo de ser sombrio. O mundo é violento, brutal e cheio de deuses que tratam os mortais como peças descartáveis — e isso deixa tudo ainda mais interessante. A autora constrói o universo com uma mitologia rica, cheia de detalhes sobre os clãs vampíricos e as divindades, mas sem deixar a leitura pesada.

O que eu mais gostei é que Carissa não entrega um romance clichê nem uma heroína perfeita. Oraya erra, sangra, duvida e cresce de um jeito dolorosamente humano. E o romance… é aquele tipo de ligação que te faz torcer e sofrer ao mesmo tempo. Quando percebi, já estava completamente envolvida, alternando entre “meu Deus, isso vai dar muito errado” e “meu Deus, eles são perfeitos juntos”.

O final, sem dar spoilers, é simplesmente devastador e lindo ao mesmo tempo. É aquele tipo de desfecho que te deixa parada olhando para o nada, tentando processar o que acabou de acontecer. Dá pra sentir que é só o começo de algo maior, e eu terminei com o coração apertado e ansiosa pela continuação.

Se você ama romantasy com um toque sombrio, personagens complexos e uma escrita que mistura poesia com brutalidade, esse livro é um prato cheio. É intenso, emocional e te faz pensar sobre poder, sacrifício e o que realmente significa ser forte.

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