Resenha de “Coraline”: Uma Aventura Assustadora e Fascinante

Resenha de “Coraline”: Uma Aventura Assustadora e Fascinante

Coraline: Um Mundo Paralelo que Não É o que Parece

Sabe aquele tipo de filme que te pega de surpresa e, de repente, você se vê completamente imerso em uma história meio sombria, meio mágica, mas completamente cativante? Pois é, foi exatamente assim comigo. Eu não sei você, mas eu adoro quando uma história consegue ser divertida e, ao mesmo tempo, meio perturbadora. É como se ela te puxasse para um mundo diferente, te mostrasse coisas incríveis, e depois te deixasse com aquela sensação de “uau, o que eu acabei de assistir?”. E o melhor de tudo: é uma animação! Quem disse que desenho é só para criança, né?

Imagina só: você é uma criança curiosa, se muda para uma casa nova e encontra uma portinha estranha na sala. O que você faz? Claro que você vai querer abrir e ver o que tem do outro lado, né? Foi exatamente isso que nossa protagonista fez, e olha… as coisas não foram tão legais quanto pareciam no começo. Um mundo novo e maravilhoso? Pais perfeitos? Quem diria que isso era só a ponta do iceberg de algo muito mais sinistro? Eu, com certeza, teria batido em retirada no momento que vi gente com botões no lugar dos olhos, mas a protagonista é destemida – ou teimosa demais, quem sabe.

Então, se você curte uma história que não é exatamente o que parece à primeira vista, com uma heroína corajosa e um mundo paralelo cheio de segredos, fica por aqui. Vou te contar tudo sobre Coraline e porque, na minha opinião, esse filme merece um lugarzinho especial na sua lista de favoritos. Pega a pipoca e vem comigo nessa viagem!

Coraline e o Mundo Secreto


Título original: Coraline​
Autor(a): Neil Gaiman
Diretor: Henry Selick
Ano: 2009
Classificação:
Gênero: Animação, Fantasia, Terror
Ler o livro:

 

A história começa com Coraline Jones, uma menina curiosa e aventureira que acabou de se mudar com os pais para uma nova casa. Essa casa é uma antiga mansão dividida em vários apartamentos, e já de cara a gente sente que o lugar é meio esquisito. A casa é chamada de Palácio Rosa. Só que, diferente do nome, o lugar não é nada cor-de-rosa. É velho, um pouco caído, e meio que dá uma sensação de isolamento. Mas logo de cara, ela percebe que não vai ser fácil se acostumar com a nova vida. Os pais estão sempre ocupados com o trabalho e não dão muita atenção a ela. Eles são meio secos, sabe? Ela fica meio que se sentindo sozinha e entediada, procurando algo interessante pra fazer.

Explorando os arredores, Coraline conhece seus novos vizinhos, e eles são no mínimo excêntricos. Tem as senhoras Spink e Forcible, duas atrizes aposentadas que vivem com seus cachorros e, com uma obsessão por cachorros empalhados, e o Sr. Bobinsky, um russo meio doido que treina ratos para um circo (ou pelo menos ele diz que faz isso). Ah, e tem o Wybie, um garoto da vizinhança que anda numa moto bicicleta e também seu gato preto que é super misterioso. Mas Coraline está mais interessada na casa em si do que nas pessoas.

É aí que as coisas começam a ficar mais intrigantes. Coraline, sendo super curiosa, começa a explorar a casa e, um dia, descobre uma porta pequena escondida na parede. No início, quando ela abre a porta, só encontra tijolos atrás dela, o que é meio decepcionante. Mas numa noite, Coraline é acordada por um camundongo e, ao segui-lo, encontra a porta aberta novamente. Só que dessa vez, a parede de tijolos desapareceu, dando lugar a um túnel escuro e misterioso. Meio sem noção do perigo, ela decide entrar e, do outro lado, encontra algo que parece ser sua casa. Só que… não é bem a mesma casa.

No outro lado da porta, Coraline encontra uma versão alternativa da sua vida. A casa é a mesma, mas tudo parece mais vibrante e perfeito. As cores são mais brilhantes, a comida é deliciosa, e o clima é muito mais acolhedor. E, claro, tem os Outros Pais da Coraline. Eles parecem iguais aos seus pais de verdade, mas têm uma diferença bizarra: todos nesse outro mundo, incluindo seus vizinhos e Wybie, têm botões no lugar dos olhos. Isso mesmo, botões! No começo, isso é meio estranho, mas Coraline é seduzida por essa vida alternativa que parece muito melhor do que a realidade chata que ela vive.

Os Outros Pais tratam Coraline como uma princesa. Ela tem toda a atenção que sempre quis, e a vida nesse “Outro Mundo” parece ser exatamente o que ela estava procurando. Só que, como a gente já sabe, quando algo parece bom demais para ser verdade, geralmente é porque é. E é exatamente isso que Coraline vai descobrir.

Aos poucos, Coraline começa a perceber que o outro mundo é sinistro. Cada vez que ela volta, as coisas ficam mais estranhas e sombrias. Esse “Outro Mundo” parece perfeito, mas começa a mostrar sua verdadeira face. A tal Outra Mãe, que no começo parecia tão doce e amável, começa a ficar assustadoramente possessiva. Ela quer que Coraline fique lá para sempre, mas tem uma condição: Coraline também precisa costurar botões nos olhos, assim como os outros habitantes desse lugar.

Aí que bate o desespero. Coraline, é claro, recusa, mas a “Outra Mãe” não aceita um não como resposta. E é aí que a Outra Mãe revela suas garras, literalmente! Ela aprisiona Coraline em um espelho, onde ela encontra as almas de outras crianças que caíram na armadilha da “Outra Mãe”. Essas crianças avisam Coraline que a “Outra Mãe” é, na verdade, uma entidade maligna chamada Beladona, que cria esse mundo ilusório para atrair crianças e roubar suas almas. E que, se Coraline não escapar, terá o mesmo destino. A maneira como ela faz isso? Ela quer costurar botões nos olhos da Coraline, prendendo-a para sempre nesse mundo falso. Aí a coisa desanda de vez. Coraline percebe que aquele mundo perfeito era uma armadilha o tempo todo. Para completar, Coraline descobre que seus verdadeiros pais foram sequestrados por essa criatura e estão presos em algum lugar na casa real.

Assustador, né? Coraline, que não é boba, logo percebe que precisa sair dali o mais rápido possível. Só que escapar não é tão simples. A Beladona é poderosa e manipuladora, e ela começa a mostrar sua verdadeira face – uma criatura (tipo aranha) assustadora que se transforma em algo cada vez mais monstruoso à medida que Coraline resiste. Coraline, ao descobrir que a criatura gosta de jogos, faz um acordo com a “Outra Mãe”: propõe um jogo de caça ao tesouro, onde ela tem que encontrar as almas das outras crianças e seus pais verdadeiros, que também foram capturados.

O filme, nesse ponto, fica tenso pra caramba. Coraline corre contra o tempo, explorando o Outro Mundo que começa a se desmoronar e mostrar sua verdadeira natureza macabra. Ela usa sua inteligência e coragem para superar os desafios, com a ajuda do gato de Wybie, que, a propósito, pode falar nesse Outro Mundo e, por algum motivo, pode atravessar os dois mundos. O gato é um aliado importante, sempre aparecendo nos momentos críticos para ajudar Coraline. Ele não tem nome, mas é astuto e parece saber de tudo o que está acontecendo.

No fim, Coraline consegue vencer o jogo, encontra as almas das crianças e descobre onde seus pais estão presos, conseguindo trazê-los de volta ao mundo real. Mas a “Outra Mãe” não desiste fácil, e Coraline precisa de toda a sua força e determinação para finalmente fechar a porta para o Outro Mundo de uma vez por todas.

De volta ao mundo real, Coraline percebe que, embora sua vida não seja perfeita, ela tem algo muito mais valioso: liberdade e a chance de viver sua própria vida, mesmo com seus altos e baixos. Ela começa a apreciar mais seus pais e sua vida cotidiana, e até faz as pazes com Wybie, que a ajuda a se livrar da chave que poderia reabrir o portal para o Outro Mundo. A casa e a vizinhança que antes pareciam tão entediantes agora têm um ar diferente – um ar de segurança e realidade, que Coraline aprendeu a valorizar.

No final das contas, a Coraline aprende uma lição e tanto: nem tudo que parece perfeito realmente é, e às vezes o que a gente precisa já está bem diante dos nossos olhos, mesmo que a gente não perceba de imediato. E aí, fica a dica: cuidado com portas misteriosas e, definitivamente, com pessoas que têm botões no lugar dos olhos!

Coraline é um daqueles filmes que parece uma história para crianças, mas tem uma profundidade e uma escuridão que atraem tanto adultos quanto jovens. Ele toca em temas como o perigo de buscar a perfeição e a importância de valorizar o que temos, mesmo que não seja exatamente o que queremos. E, claro, quem não fica com um pouco de medo de botões depois de assistir?

Vou te contar, eu sou do tipo que se amarra em uma boa fantasia, ainda mais quando ela tem aquele toque sombrio que faz a gente pensar duas vezes antes de apagar a luz à noite. Mas o que realmente me chamou a atenção em Coraline é como ele consegue ser tão visualmente lindo e, ao mesmo tempo, tão sinistramente inquietante. É um filme que te prende, te surpreende, e ainda te deixa com uma pulga atrás da orelha.

Sabe aquele tipo de filme que te deixa com uma sensação meio esquisita, mas de um jeito bom? Coraline é exatamente assim. Quando eu assisti pela primeira vez, confesso que fiquei meio desconfiado. Pensei: “Será que esse filme é mesmo para crianças?”. E olha, posso te dizer que não é bem assim. É uma animação, sim, mas o clima é bem sombrio e cheio de mensagens escondidas que te fazem criar diversas teorias, mesmo que já faz mais de 15 anos, sempre há uma teoria aqui ou ali.

A história da Coraline, aquela menina curiosa de capa amarela que acaba entrando num mundo paralelo, é super envolvente. Logo de cara, eu me identifiquei com ela, porque quem nunca quis escapar da monotonia da vida real e encontrar um lugar onde tudo é perfeito ou mágico? Tipo Nárnia ou A Terra do Nunca. Mas aí vem a pegadinha: o mundo que parece ser dos sonhos se transforma num verdadeiro pesadelo, e é aí que o filme me pegou de jeito.

A Coraline é uma personagem incrível! Eu adoro como ela não é perfeita, sabe? Ela tem seus defeitos, é teimosa, às vezes um pouco malcriada, mas também é corajosa pra caramba. Ela enfrenta os medos dela, luta pelo que é certo, e ainda tem essa coisa de “descobrir” o que realmente importa na vida. Acho que muitos de nós, em algum momento, nos sentimos como Coraline, desejando que nossa vida fosse um pouco diferente, mas depois percebendo que o que temos é valioso à sua maneira.

Uma das coisas que mais me marcou foi a Outra Mãe. Gente, que personagem assustadora! Aqueles olhos de botão me deram arrepios, e eu fiquei o tempo todo pensando que ela representava aquele perigo escondido por trás das coisas que parecem boas demais para ser verdade. E não é que isso tem tudo a ver com a vida real? Às vezes a gente se deixa levar por algo que parece perfeito, mas no fundo tem um lado sombrio que não enxergamos de cara.

Outra coisa que adorei em Coraline foi a estética do filme. Eu sou muito fã desse estilo stop-motion, onde cada detalhe é cuidadosamente pensado. A animação é linda e, ao mesmo tempo, meio perturbadora. Cada detalhe parece ter sido pensado para te manter numa constante sensação de que algo não está certo. E é isso que torna o filme tão especial. Não é só a história, mas a forma como ela é contada. Eu realmente entrei na cabeça da Coraline, senti o medo dela, a angústia de tentar escapar daquele mundo bizarro, e até a satisfação de finalmente derrotar a Outra Mãe.

Se eu tivesse que resumir Coraline em uma frase, eu diria que é uma fábula moderna sobre o perigo de desejar uma vida perfeita demais. E, na boa, eu acho que todo mundo deveria assistir pelo menos uma vez, porque além de ser uma experiência visual incrível, ele te faz pensar sobre o que realmente valorizamos na vida.

Enfim, Coraline é um filme que eu recomendo de olhos fechados (mas sem botões, por favor!). É aquele tipo de história que te faz criar diversas teorias, que te deixa meio perturbado (no bom sentido) e que, acima de tudo, é um ótimo exemplo de como a animação pode ser usada para contar histórias profundas e complexas. Se você curte um pouco de suspense com uma pitada de fantasia sombria, esse é o tipo de filme que vai te prender do começo ao fim. Coraline é uma heroína como poucas, e a história dela fica com a gente, nos lembrando que, às vezes, a grama do vizinho não é mais verde, só parece ser.

 

Compartilhe

 

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrição
Notificar de
guest

0 Comentários
Mais antiga
Mais recente Mais votados
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários