Resenha de “Weathering with You”: Magia e Romance no Ar

Resenha de “Weathering with You”: Magia e Romance no Ar

Weathering with You: Amor e Chuva em Tóquio

Você já teve aqueles dias em que tudo parece estar desmoronando e o mundo ao seu redor está completamente fora de controle? Tipo, aquele sentimento de estar preso numa tempestade, sem ter ideia de como vai encontrar o sol novamente? Pois é, Weathering with You ou O Tempo com Você é exatamente sobre isso, só que, ao invés de ser uma metáfora, o tempo realmente está uma bagunça! Imagina só se, além de todas as confusões da vida, você ainda tivesse que lidar com uma chuva que nunca para? Bem-vindo ao mundo dos protagonistas dessa história que mistura romance, fantasia e uma pitada de desastre climático.

Mas calma, não se trata de um daqueles filmes de catástrofe que te deixam deprimido no final. Weathering with You é mais como uma aventura emocionante, onde dois jovens descobrem que, apesar de todo o caos ao redor, ainda há espaço para o amor, a amizade e, claro, um pouco de magia. A trama tem um jeito único de pegar algo tão mundano quanto o clima e transformá-lo em um elemento central de uma história que vai te prender do começo ao fim.

Então, se você está no clima para uma história cheia de surpresas, sentimentos à flor da pele e cenários que vão te deixar de queixo caído, vem comigo que vou te contar tudo sobre esse filme que, com certeza, vai fazer você repensar até mesmo aqueles dias de chuva que você odeia. Prepare a pipoca, porque a história de Weathering with You está prestes a começar!

Weathering with You

Hodaka e Hina se unem para mudar o destino do tempo em "Weathering with You".

Título original: 天気の子 (Tenki no Ko)​
Direção: Makoto Shinkai
Produção: Genki Kawamura
Roteiro: Makoto Shinkai​
Ano: 2019
Classificação:
Gênero: Animação, Drama, Fantasia, Romance​

 

Tudo começa com o jovem Hodaka Morishima, um garoto de 16 anos que, cansado da vida sufocante em uma ilha remota, decide fugir para Tóquio. Desde o início, dá pra sentir que ele não faz ideia do que vai encontrar, mas a necessidade de liberdade é maior que qualquer medo. A viagem dele já começa meio torta, com uma tempestade feroz quase afundando a balsa em que ele está. Ali, ele conhece um homem chamado Keisuke Suga, que mais tarde vai se tornar uma peça importante na vida do Hodaka.

Chegando em Tóquio, Hodaka se depara com a realidade dura de viver sozinho na cidade grande. Ele passa por uns perrengues, sem grana, sem emprego, mas mesmo assim, não desiste e, pra piorar, Tóquio está constantemente sob uma chuva interminável que não dá trégua. Após ser rejeitado em várias entrevistas, ele encontra Keisuke novamente, que o oferece um emprego em sua pequena empresa de publicação, onde eles escrevem artigos sobre mistérios urbanos e fenômenos sobrenaturais. Parece que as coisas começam a melhorar, né? Mas o legal é que, ao mesmo tempo, o filme traz essa atmosfera chuvosa, quase melancólica, que contrasta com o otimismo de Hodaka.

Uma das primeiras tarefas de Hodaka é investigar uma lenda urbana sobre uma “Garota do Tempo” – alguém que, dizem por aí, tem o poder de controlar o clima. E é aí que entra Hina Amano, a outra protagonista da história. Hina é uma garota de 15 anos que vive com seu irmãozinho, Nagi, após a morte da mãe deles. Assim como Hodaka, Hina também está passando por dificuldades, mas se mostra uma pessoa forte e determinada.

Em meio a essa busca, Hodaka cruza o caminho de Hina, que parece ser a resposta para todos os mistérios sobre o clima que ele estava investigando. E adivinha só? Ela realmente pode controlar o tempo! O encontro dos dois acontece de uma forma um tanto quanto dramática. Hodaka, que já havia visto Hina brevemente em um McDonald’s onde ela trabalhava, acaba salvando-a de uns sujeitos sinistros em um beco. Depois desse encontro, os dois se aproximam e Hodaka descobre o segredo de Hina: ela realmente tem o poder de fazer o sol brilhar, mesmo que por pouco tempo, em meio à chuva constante.

Hina conta a Hodaka como ela adquiriu esse poder – durante uma oração num templo antigo, ela pediu por um pouco de luz na vida deles e, desde então, conseguiu fazer o sol aparecer. E como Tóquio tá praticamente submersa de tanta chuva, esse poder dela é como um sopro de esperança. Juntos, eles começam um negócio meio inusitado: oferecer dias de sol para as pessoas que precisam. E não é que o negócio dá certo? Eles começam a ser procurados para eventos, festas e até casamentos, tudo em meio a essa Tóquio cinza e chuvosa que precisa desesperadamente de um pouco de sol.

Mas, como tudo na vida, esse poder dela não vem sem um preço. E é aí que o filme começa a ficar mais tenso. Hodaka e Hina são jovens vivendo sozinhos em uma cidade enorme, e a polícia logo começa a persegui-los – Hodaka por ter fugido de casa e Hina por estar cuidando do irmão sozinha sem a tutela de um adulto. Além disso, os dois percebem que o poder de Hina tem um preço alto: quanto mais ela usa, mais seu corpo começa a desaparecer, até que eventualmente ela será completamente consumida e deixará de existir como uma humana. Cada vez que ela faz o sol aparecer, algo nela vai se esvaindo. E não é só isso: os fenômenos climáticos em Tóquio estão ficando cada vez mais extremos. Parece que a cidade inteira está destinada a se afogar sob uma chuva interminável, a menos que algo seja feito.

Enquanto tudo isso acontece, o relacionamento entre Hodaka e Hina vai ficando mais forte e mais complicado. Eles estão claramente apaixonados um pelo outro, mas o peso dos poderes de Hina e as consequências de suas escolhas estão sempre pairando sobre eles. A situação chega ao limite quando a polícia finalmente encurrala os dois. Numa tentativa desesperada de proteger Hina, Hodaka foge com ela e Nagi, mas logo eles são forçados a se separar.

Hina, percebendo que sua existência é a causa da chuva sem fim, decide se sacrificar e desaparecer, acreditando que isso trará o sol de volta para sempre. Existe uma lenda que diz que a “Sacerdotisa do Tempo” deve sacrificar sua própria existência para que o equilíbrio do clima seja restaurado. E adivinha? Isso significa que, para salvar Tóquio de uma chuva eterna, a Hina teria que desaparecer. E é aqui que Hodaka precisa tomar a decisão mais difícil de sua vida.

Hodaka, em um ato de total desespero e amor, decide que não pode perder Hina. Ele já perdeu tanto na vida, e agora que encontrou algo (ou alguém) que realmente importa, ele se recusa a deixar isso escapar. Hodaka enfrenta tudo e todos, para tentar resgatar Hina do seu destino. Ele chega ao local sagrado onde Hina fez seu sacrifício e, num ato de pura fé e coragem, traz Hina de volta, mesmo sabendo que isso significa que a chuva não vai parar. E, de fato, não para. Tóquio começa a se transformar em uma espécie de nova Atlântida, uma cidade parcialmente submersa, mas Hodaka não se arrepende de sua escolha.

O filme termina alguns anos depois, com Hodaka finalmente reencontrando Hina em uma Tóquio que agora está quase completamente submersa pela chuva. Mas, mesmo em meio ao caos, Hodaka declara que, mesmo que o mundo seja destruído pela chuva, ele prefere viver nesse mundo com ela do que em qualquer outro lugar sem ela. É um final que, apesar de não ser o “felizes para sempre” tradicional, é lindo à sua maneira, mostrando que às vezes o amor e a felicidade vêm com sacrifícios.

Weathering with You é uma história que, à primeira vista, parece ser sobre um poder mágico e suas consequências, mas, na verdade, é sobre escolhas, sacrifícios e o que estamos dispostos a fazer por aqueles que amamos. É um filme que te faz pensar sobre o impacto das nossas ações e como, às vezes, não existe uma resposta certa ou fácil, apenas a escolha que parece mais verdadeira para você naquele momento.

Olha, vou te dizer, esse filme me surpreendeu de vez. Sabe quando você assiste a um filme achando alguma coisa e de repente se depara com outra? Foi exatamente isso que aconteceu comigo. Eu já tinha assistido Your Name, então meio que fui com expectativas lá no alto, mas, gente, Makoto Shinkai entregou de novo.

Primeiro, preciso falar da história. No começo, achei que ia ser só mais uma daquelas aventuras românticas com um toque de fantasia. Mas, à medida que a trama foi se desenrolando, percebi que tinha muito mais coisa em jogo. O filme aborda questões profundas, como o sacrifício, as consequências das nossas escolhas e até mesmo a relação complicada que temos com a natureza. E tudo isso de um jeito que não parece forçado, sabe? Parece uma conversa entre amigos, onde você vai refletindo sobre a vida sem nem perceber.

E, claro, não posso deixar de mencionar os personagens. Hodaka e Hina são adoráveis. A química entre eles é tão natural que você se pega torcendo por esse casal desde o primeiro encontro. Eles são jovens, meio perdidos, mas totalmente corajosos – e quem não se identifica com isso em algum momento da vida?

Outra coisa que não posso deixar de falar é a trilha sonora. Gente, o que é aquela música?! A banda RADWIMPS acertou em cheio de novo. As canções entram na hora certa, mexem com o coração e deixam tudo ainda mais emocionante. Eu confesso que, em alguns momentos, quase precisei de um lencinho, porque as lágrimas chegaram a dar aquela ameaçada básica.

E agora, vamos combinar: o final. O que foi aquilo? Fiquei com a cabeça a mil! A cidade praticamente submersa, os dois juntos, e aquele dilema: amor ou responsabilidade? Não é o tipo de final redondinho que te entrega tudo de bandeja, mas é exatamente isso que eu amei. Me fez pensar, refletir, e até discutir com os amigos depois. Cada um tinha uma visão diferente do que aconteceu e, sinceramente, adoro quando um filme faz isso comigo.

No fim das contas, Weathering with You é uma obra que fala sobre amadurecimento, escolhas difíceis e o impacto que nossas ações podem ter sobre o mundo ao nosso redor. Mas, acima de tudo, é uma história sobre encontrar a luz no meio da escuridão, mesmo que essa luz seja apenas um pequeno raio de sol em um dia chuvoso. É um filme que mexe com a gente, nos faz pensar e, ao mesmo tempo, nos deixa com o coração quentinho. E, se eu tivesse que recomendar, diria: veja sem expectativas, mas esteja preparado para sentir e pensar muito mais do que você imagina.

 

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