Resenha “Enquanto Eu Não Te Encontro” de Pedro Rhuas

Resenha “Enquanto Eu Não Te Encontro” de Pedro Rhuas

Enquanto Eu Não Te Encontro de Pedro Rhuas [RESENHA]

Representação emocional de Enquanto Eu Não Te Encontro de Pedro Rhuas.

Título original: Enquanto eu não te encontro
Escritor(a): Pedro Rhuas
Série:
Editora: Seguinte
Páginas: 256
Ano: 2021
Gênero: Romance, LGBTQIAP+, Literatura nacional
Classificação:
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A vida tem sido boa para Lucas. Ele passou no Enem para estudar publicidade; se mudou com Eric, seu melhor amigo, do interior do Rio Grande do Norte para a capital; e conseguiu sua tão aguardada liberdade. Mas, no amor, Lucas é um desastre. O maior fã de Katy Perry no Nordeste tem certeza de que nem toda a sorte do mundo poderia fazer com que ele finalmente se apaixonasse pela primeira vez.

Até que, em uma despretensiosa noite de sábado em 2015, tudo muda. Quando Lucas e Eric vão na inauguração do Titanic, a mais nova balada da cidade, Lucas esbarra (literalmente!) em Pierre, um lindo garoto francês que parece ter saído dos seus sonhos. Em meio a drinques, segredos e sonhos partilhados, Lucas e Pierre se conectam instantaneamente. Eles vivem o encontro mais especial de suas vidas, mas o Universo tem outros planos para o futuro… Até a noite acabar, o que será que vai acontecer com eles?

Já leu Enquanto eu não te encontro, do Pedro Rhuas? Ah, me deixa te contar! Nós acompanhamos a história cativante de Lucas, um estudante universitário gay que está sempre se metendo em confusão sem querer. Ele vive pensando se o destino realmente tem alguma coisa planejada para ele. Lucas veio de Luna do Norte, um lugarzinho pacato que, por mais que pareça tranquilo, pra ele é quase uma prisão a céu aberto. Ele tinha toda essa esperança, de que se mudar para Natal ia ser o giro de 180 graus que ele precisava para escapar, ia finalmente virar a página de uma vida cheia de perrengues e de se sentir exposto o tempo todo. Mas, chegando lá, ele descobre que mudar de cidade não é bem a varinha mágica que ele esperava.

Lucas não está sozinho nessa jornada; ele tem ao seu lado Eric Santos, seu melhor amigo e estudante de arquitetura. Eric carrega suas próprias batalhas internas, tentando se encontrar e se aceitar em meio às pressões e expectativas da sociedade, ocultando sua sexualidade pelo temor de não ser aceito pela família. Enquanto Lucas, coitado, vive sonhando acordado com um amor de cinema, inspirado pelas comédias românticas e canções pop, e achando que a vida amorosa vai ser moleza. Mas, poxa, a realidade dá um tapa na cara dele e mostra que as coisas não são bem assim.

Alguém me disse que a infância guarda a maioria das respostas; que só encontramos paz de verdade dentro de nós ao curar a criança ferida que nos habita. Mas quando essa criança não consegue se ver representada em lugar nenhum, se entender se torna difícil.

Lucas e Eric são super amigos, tipo, apoiam um ao outro pra tudo. Só que o Lucas começa a se sentir meio de lado quando o Eric inicia um namoro com Raul, sentindo-se, de certa forma, deixado para trás. Pra complicar, Lucas nunca se apaixonou pra valer e ainda por cima não engole muito o namorado do seu melhor amigo. É uma situação complicada, que deixa o Lucas meio perdido, tentando entender seus sentimentos e o lugar dele nessa nova realidade.

Numa noite que prometia ser só mais uma noitada qualquer, Lucas literalmente esbarra em Pierre. Imagina a cena: um francês gato que mais parece ter pulado direto dos sonhos do Lucas para a realidade, bem no meio da inauguração de uma boate chamada Titanic (Inspirado no clássico Titanic). Pois é, o universo tem dessas. Esse trombaço marca o começo de um daqueles romances que mexem com tudo. Intenso, daqueles que faz você repensar a vida, empurrando o Lucas a encarar de frente todos aqueles medos e inseguranças que ele preferia manter no cantinho dele.

Pedro Rhuas tem esse talento incrível de capturar a essência da juventude contemporânea brasileira. Ele fala sobre as risadas, os perrengues, e essa vontade que a gente tem de encontrar nosso espaço no mundo. O jeito como ele escreve é super fluido, sabe? Te prende de um jeito que você nem vê o tempo passar. Ele mistura humor com momentos bem emotivos, sem perder aquela pegada realista. É como se ele pintasse um quadro da nossa vida, com todas as cores vibrantes e também aquelas mais sombrias.

A história de Lucas e Pierre se desenrola de um jeito que mostra que, mesmo com todas as diferenças culturais e de personalidade, eles encontram um ponto em comum nas experiências e sentimentos que compartilham. Desde o primeiro momento, rola uma química forte entre eles, cheia de desejo e uma conexão emocional que é difícil de ignorar. O relacionamento deles é marcado por muita vulnerabilidade e ternura. E essa conexão entre eles só vai ficando mais forte, mostrando como os sentimentos deles evoluem. É uma daquelas histórias que te fazem sentir tudo junto com os personagens.

Nada é por acaso. Mesmo um passo em falso pode levar para o caminho certo.​

Além da sua própria luta, o Lucas tem do lado dele um grupo incrível de amigos. Eles são aquela verdadeira “família escolhida”. Esse apoio todo que eles dão é essencial para ele, trazendo risadas, conforto, e essa sensação gostosa de que ele pertence a algum lugar. Nessas trocas entre eles, dá pra ver como a amizade e o suporte mútuo são importantes, especialmente dentro da comunidade LGBTQIAP+. É bonito de ver como eles se apoiam, se erguem, mostrando que, às vezes, a família que a gente escolhe tem um papel fundamental na nossa jornada.

A trama te pega de jeito com um montão de momentos que aquecem o coração. Fala sobre criar aquelas amizades que são pra vida toda e enfrentar desafios que mexem com a gente tanto no pessoal quanto no cultural. E sério, é uma verdadeira homenagem à cultura do Nordeste e à galera LGBTQIAP+, mostrando tudo com uma sinceridade que é difícil de achar por aí. Capta exatamente o que é ser jovem agora, com todos os altos e baixos. Ao longo das páginas, é como se a gente fosse junto numa viagem de descobertas, aprendendo a se aceitar e correndo atrás daquele amor que faz tudo valer a pena, mesmo quando a vida parece uma montanha-russa.

O romance entre Lucas e Pierre realmente é o coração da história. Eles mergulham nas descobertas de um amor na juventude, lidando com tudo que vem junto: as descobertas pessoais, os desafios de manter um relacionamento mesmo de longe. Desde que se esbarram por acaso, dá pra sentir a química entre eles, uma conexão que rapidamente vai além. E tem esse lance super fofo do Pierre adorando falar o nome do Lucas em francês, “Lou-cas”, que já dá um toque todo especial na intimidade e na curiosidade que um tem pelo outro. É essa mistura de carinho, descoberta, e os desafios que fazem o relacionamento deles tão especial.

A história também dá aquela respirada com uns momentos bem leves e divertidos. As trocas entre o Lucas, o Pierre e os amigos deles são cheias de risadas, carinho e uma força mútua que é bonita de ver. Essas partes mais felizes e descontraídas trazem um contraponto essencial pros momentos mais pesados e mostram como a amizade e o apoio emocional são importantes. É como se, no meio das turbulências, esses momentos fossem um lembrete de que tem sempre espaço para alegria e para estarmos lá uns pelos outros.

Ah, e não posso esquecer de falar das referências de cultura pop que estão por toda parte no livro – é cada citação de livro, filme, série e música que meu coração de fã quase não aguenta. Quando eu trombava com uma de algum favorito meu, tipo ‘Grease’, ‘Jogos Vorazes’, ‘A Escolha Perfeita’ e, claro, ‘Titanic’, eu ficava toda animadinha. ‘Titanic’, então, nem se fala, ganha um destaque especial porque é o nome da balada onde nosso casalzão da história se esbarra pela primeira vez.

Olha só, além de toda a história de amor e amizade, o livro também entra de cabeça em uns temas bem sérios, tipo racismo, identidade de gênero, e essa vontade enorme de ser aceito, tanto de um jeito pessoal quanto pela sociedade. O autor tem um jeito de escrever que te envolve totalmente. Ele te leva pra conhecer a cultura do Nordeste do Brasil de um jeito único, entrelaçando as coisas típicas da região com questões que todo mundo, em algum momento, acaba encarando. É uma mistura de descoberta pessoal com amor, tudo isso enquanto dá um mergulho na cultura nordestina que é de abrir os olhos.

A história vai muito além de só aquele clássico conto sobre o florescer do amor; ela mergulha fundo sobre se abrir de verdade, enfrentar aquelas inseguranças que todo mundo tem e a evolução pessoal quando a gente se entrega de coração a um relacionamento. Pierre, que vive a vida sem amarras e adora uma aventura, é o oposto e, ao mesmo tempo, o complemento perfeito para o Lucas, que tá numa busca séria por se aceitar e amar a si mesmo. No decorrer das páginas, eles enfrentam várias situações desafiadoras que testam o quanto eles estão conectados e os fazem pensar profundamente sobre suas vidas, as decisões que tomaram e o futuro que eles querem criar juntos.

Sabe aquele tipo de livro que você lê num piscar de olhos? Pois é, esse é perfeito pra quem tá atrás de algo levinho só pra curtir o momento. E olha, a leitura é tão gostosa que passa voando, mas o que me fez cair de amores mesmo foi como os personagens se dão bem. A troca entre eles é tão doce, tão cheia de momentos “own” que eu terminei o livro com o coração quentinho, derretida mesmo.

Então, saca só: Enquanto eu não te encontro é uma daquelas histórias que te envolvem completamente, falando de amor, descobrir quem você realmente é, e de como as amizades e romances moldam a nossa vida. O livro faz um trabalho incrível mostrando o quanto a gente cresce e o quão complicado pode ser conviver com outras pessoas, os perrengues e as vitórias que a gente enfrenta pelo caminho. Mas o faz num tom tão real, tão próximo, que você sente cada palavra. Termina a leitura com aquele calorzinho no coração, um monte de esperança no bolso e uma força renovada para encarar o que vier pela frente.

Perguntas Frequentes

Qual o tema principal do livro “Enquanto eu não te encontro”?

“Enquanto eu não te encontro” fala sobre amor, autoconhecimento, relações LGBTQIAP+, e o quanto a amizade é fundamental. Conta a trajetória de Lucas, um moço do Nordeste, que se apaixona por Pierre, um francês que veio pro Brasil num intercâmbio. O livro mergulha nas complicações e na beleza que tem o relacionamento deles, mostrando que amar pode ser tão complicado quanto maravilhoso.

O livro retrata em alguma cultura específica?

Sim, “Enquanto eu não te encontro” carrega um orgulho enorme de ser nordestino e LGBTQIAP+, e isso é demais. O livro dá um show ao representar a cultura do Nordeste. Toca em tudo, desde as tradições, a maneira única de falar, até os cenários que só lá a gente encontra. E tem mais, ele não esquece de mostrar o dia a dia e os desafios que a galera LGBTQIAP+ enfrenta por lá.

Como o autor Pedro Rhuas descreve o protagonista Lucas?

Lucas é super fã da Katy Perry e um romântico de carteirinha, daqueles que sonham alto quando o assunto é amor. Ele tá sempre tentando se entender melhor, se aceitar como é. O cara é profundo, sabe? Tem um senso de humor que quebra qualquer gelo e uma sinceridade na busca pelo amor que faz a gente querer entrar no livro e dar um abraço nele. E os amigos? Ah, os amigos são tudo pra ele, uma verdadeira rede de apoio que tá sempre lá, firmes e fortes. É bonito de ver a conexão que eles têm.

“Enquanto eu não te encontro” tem um final feliz?

Ele termina numa vibe super esperançosa e positiva, daquelas que a gente até respira fundo e sorri, mas não deixa de jogar no ar umas perguntas sem resposta. Dá aquela sensação de que a vida dos personagens não para quando a gente fecha o livro, que tem mais coisas acontecendo com eles. E mesmo pegando no nosso pé com uns desafios e umas incertezas pelo caminho, o livro fecha com chave de ouro, falando de amor e daquela jornada louca que é a gente se conhecer melhor. É meio que um lembrete de que tá tudo bem em ser um eterno work in progress.

Há personagens secundários importantes na história?

Ah, com certeza! O Eric, a Ana e a Thamirys são superimportantes na história. Eles são aquela base emocional firme pro protagonista, ajudando ele a crescer e a trama a evoluir. O mais legal é como eles mostram o poder da amizade e aquela ideia top de família que a gente escolhe pra nossa vida, o que é mega importante. Principalmente pro pessoal da comunidade LGBTQIAP+. É lindo de ver como eles se apoiam, mostrando que, às vezes, os laços que a gente faz pelo caminho podem significar tudo.

 

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