Resenha “Noiva” de Ali Hazelwood

Resenha “Noiva” de Ali Hazelwood

Noiva de Ali Hazelwood [RESENHA]

Capa do livro "Noiva" de Ali Hazelwood, com uma vampira e um lobisomem prestes a se casar, em meio a uma guerra sobrenatural.

Título original: Bride
Escritor(a): Ali Hazelwood
Série:
Editora: Arqueiro
Páginas: 368
Ano: 2024
Gênero: Romance paranormal
Classificação:
Ranking Hot:
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Misery Lark, filha do vampiro mais poderoso do sudoeste, nunca foi bem-vista pelos seres de sua espécie. Ela passa seus dias anonimamente em meio aos humanos, isolada, até que é chamada para firmar um acordo de paz entre vampiros e licanos, seus inimigos mortais. Para isso, será obrigada a se casar com Lowe Moreland.

Licanos são lobisomens cruéis e imprevisíveis, e o alfa do bando, Lowe, não é exceção. Ele governa o grupo com autoridade absoluta, mas também com justiça. Pela forma como acompanha cada passo de Misery, fica claro que não confia nela. E ele não poderia estar mais certo…

A vampira tem as próprias razões para concordar com o casamento arranjado, razões que nada têm a ver com política ou alianças, mas tudo a ver com a coisa que ela mais preza no mundo.

Misery está disposta a fazer o que for necessário para recuperar o que é seu, mesmo que precise viver sozinha em território licano. Ela só não esperava se sentir atraída por seu inimigo… e ainda ser correspondida.

Sabe quando você começa a ler um livro e, logo na primeira página, já sente aquele impacto? Tipo, “Uau, eu preciso continuar!” Foi exatamente assim que eu me senti lendo o primeiro romance paranormal da Ali Hazelwood, a mesma autora de A Hipótese do Amor. E vou te contar, ela entregou tudo, viu? Se você já conhece o universo Omegaverso, especialmente por fanfics como eu, essa história vai ser um banquete. E posso garantir: ela não decepciona. Ali trouxe tudo que a gente queria e ainda mais.

A história é, basicamente, aquele tipo de caos delicioso que a gente adora. A protagonista, Misery Lark, já chega com um nome que entrega todo o drama (Misery, né?). Ela é uma vampira que nunca teve um lugar que pudesse realmente chamar de lar. Desde pequena, foi criada no meio de uma hierarquia política super rígida. Quando ainda era criança, ela foi escolhida para ser a Colateral – basicamente uma refém em um acordo diplomático para manter a paz entre vampiros e humanos. A maior parte da vida dela foi passada entre os humanos.

Misery passou boa parte da vida se sentindo afastada de tudo, tanto por dentro quanto por fora. Agora, já adulta, ela resolveu viver entre os humanos, tentando encontrar algum tipo de paz. E, de certa forma, ela conseguiu. Levava uma vida tranquila, longe dos problemas sobrenaturais que a perseguiram por tanto tempo. O silêncio e a calma se tornaram seus companheiros. No entanto, sua vida pacífica é interrompida bruscamente quando seu pai, Henry Lark, um poderoso conselheiro, a convoca de volta. Misery sabe que não é por saudade, e sim por algo que envolve poder e política – algo que ela já aprendeu a esperar do seu pai

Não tenho amigos, hobbies e nenhum propósito real além de ganhar dinheiro suficiente para pagar o aluguel a fim de… existir, acho.

Ao retornar, Misery descobre a verdade: ela foi chamada para se casar. Mas não com um vampiro, como talvez ela pudesse ter imaginado – seu noivo seria um licano. E não qualquer licano, mas sim o próprio Alfa deles, Laew Moreland. A ideia de se unir a um inimigo natural, um licano, é repugnante para ela no início. Este casamento arranjado não é nada além de uma jogada política para estabilizar a paz entre as espécies em guerra.

No início, Misery é completamente contra essa união. Afinal, ela foi forçada a fazer sacrifícios por toda a vida, e casar-se com um licano parece ser o maior de todos. E o pior: ela teria que se submeter aos licanos e, especialmente, a Laew, que personifica tudo aquilo que ela deveria odiar. Mas algo a faz reconsiderar: esse casamento pode ser sua única chance de obter respostas sobre o misterioso desaparecimento de sua única amiga, Serena. Com essa nova perspectiva, as coisas mudam. Agora, Misery está pronta para jogar o jogo, mesmo que isso signifique se casar com Laew.

Do outro lado da história, temos Laew, o Alfa dos licanos. Honrado e leal, ele está determinado a manter a paz entre os clãs. Após desafiar e matar o antigo Alfa, Laew sabe que precisa fortalecer sua posição e garantir a segurança de seu povo. Para isso, concorda com o casamento político com uma vampira, acreditando que essa união pode ser o caminho para uma aliança duradoura entre vampiros e licanos.

A dinâmica entre Misery e Laew é a clássica trope de “enemies to lovers”. Desde o primeiro olhar trocado entre eles, a tensão é palpável. Há um clima pesado e carregado de emoções em cada encontro, marcado por farpas e olhares intensos. A relação, inicialmente fria e de pura conveniência, começa a evoluir à medida que ambos descobrem que compartilham muito mais em comum do que imaginavam. A atração entre eles é inegável, mesmo que nenhum dos dois esteja disposto a admitir isso inicialmente.

Esse casamento… Isso vai ser um problema. Ela vai ser um problema.

Misery, com sua personalidade forte e determinada, começa a ver além da figura imponente de Laew, enxergando o líder justo que ele é. Laew, por sua vez, começa a perceber que Misery é muito mais do que apenas uma vampira; ela é uma sobrevivente, uma mulher que carrega cicatrizes profundas, assim como ele.

E é nesse cabo de guerra entre dever e desejo que a história se desenrola. Ambos precisam aprender a confiar um no outro e, ao mesmo tempo, enfrentar as ameaças externas que tentam sabotar a frágil aliança entre suas espécies. A atração crescente entre Misery e Laew acaba sendo inevitável, e o que começou como um casamento de conveniência evolui para algo muito mais intenso e complicado.

Os conflitos externos – como as ameaças constantes de guerra entre vampiros e licanos e a busca da Misery por respostas sobre sua amiga desaparecida – só ajudam a deixar o laço entre eles mais forte. A história faz um ótimo trabalho em equilibrar toda a tensão romântica com a intriga e a ação, criando uma trama que prende a gente do início ao fim.

O legal dessa história é que ela vai muito além do clichê do romance paranormal. Hazelwood consegue criar um mundo onde os vampiros, licanos e humanos estão todos entrelaçados em uma trama política cheia de traições, alianças forçadas e um passado sangrento que ainda assombra todo mundo. O casamento de Misery e Lowe é só um pretexto para tentar trazer paz entre as espécies, mas nada é garantido. E, claro, isso gera muita tensão entre todos os personagens.

– Deve ser difícil sentir que você não pode ir embora, mesmo que queira. Como se alguém fosse ser seu problema para sempre…

Ele balança a cabeça, os olhos cravados nos meus.

– Você não é um problema, Misery. Você é um privilégio.

As interações entre Misery e os licanos são, sem dúvida, um dos pontos altos do livro. No começo, há toda aquela estranheza e tensão, o que faz sentido, considerando toda a treta histórica entre as raças. Mas, aos poucos, as coisas vão mudando. As interações começam a ficar mais leves, até mesmo afetuosas. O mais interessante é ver como a Misery, que sempre se sentiu deslocada até entre os vampiros, começa a encontrar algum tipo de conforto entre os lobos, mesmo que, no início, eles não a vissem como parte da “família”. O desenvolvimento dessa relação é tão bem construído que você acaba torcendo de verdade para que esses laços fiquem mais profundos.

A forma como a Hazelwood constrói os personagens coadjuvantes faz toda a diferença na história. Eles não estão lá só para ajudar a Misery a se sentir mais em casa, mesmo que ela ainda não se veja como parte da matilha. Cada um tem sua própria história, que acaba influenciando diretamente o rumo dos acontecimentos. Hazelwood cria um universo onde cada personagem tem importância, o que deixa a leitura ainda mais envolvente e faz a gente se conectar com a trama de um jeito único.

O romance é aquele slow burn super bem construído, sabe? A história vai se desenvolvendo aos poucos, bem no seu tempo, até chegar nas cenas mais quentes. E olha, não se engane, apesar de ser um romance paranormal, ele também tem cenas hot, que por sinal, são… como posso dizer… bem peculiares. Vão te deixar com a cabeça girando, tipo “Pera aí, o que foi que acabou de acontecer aqui?”.

– Meu cheiro. Agora eu cheiro como…?

– Minha. – Há um ronco em sua garganta. – Você cheira como se fosse minha, Misery.

E, claro, como qualquer boa história de Omegaverso, o romance tem aquela pegada de destino e atração irresistível. Só que aqui, isso é feito de forma muito inteligente. Não é só sobre o desejo físico; é sobre confiança, respeito e entender que, mesmo sendo de espécies diferentes, eles podem encontrar algo em comum. E isso é muito bacana de ver se desenvolver.

A escrita de Hazelwood é fluida e viciante. Ela sabe dosar bem o drama, a ação e o romance, sem deixar a trama cair em nenhum momento. Você fica o tempo todo torcendo para que Misery e Lowe consigam superar suas diferenças, enquanto tenta entender o que está realmente acontecendo nos bastidores dessa trama toda.

Mesmo que o livro seja narrado em primeira pessoa pela Misery, uma das coisas mais legais que a autora fez foi incluir uns trechinhos no começo de cada capítulo, só que sob a visão do Laew. Esses trechos são curtos, mas intensos, e dão um toque de mistério a mais pra ele. O Laew é aquele personagem que fala pouco, mas cada palavra, cada gesto, tem um peso enorme. A gente percebe que ele guarda muito mais do que quer mostrar, e isso só faz a curiosidade sobre ele crescer. A escolha da autora de nos dar essas pequenas migalhas da perspectiva dele, principalmente em relação à Misery, foi simplesmente genial. Deixa a gente com aquela sensação de “quero mais”, sem entregar tudo de uma vez, sabe?

– De todas as coisas boas… – Ele agarra meu quadril enquanto faço pressão contra o dele. – De todas as coisas boas que já senti na porra da minha vida, você é a melhor.

E sobre o final… Meu Deus! Fica claro que tem espaço para uma sequência, e eu já estou aqui, cruzando os dedos pra que isso aconteça. Parece que o foco será em outro casal, e só de pensar nisso eu já fico ansiosa! A ideia de expandir esse universo com novos personagens e romances tem um potencial enorme, e eu mal posso esperar para me jogar nessa próxima história. A autora deixou várias pontas soltas e pistas sobre o que pode vir a seguir, o que só aumenta minha expectativa. Eu quero essa continuação pra ontem, porque estou totalmente envolvida nesse mundo!

O que eu posso dizer sobre esse livro? É tipo um “Crepúsculo” ao contrário, onde a mocinha não escolhe o vampiro, mas sim o lobão. E, sinceramente, essa inversão de papéis foi genial. A protagonista é super divertida, cheia de sarcasmo e com um deboche afiado, bem diferente daquela vibe mais sem graça da Isabella Swan… cof, cof. E ela faz tudo isso de um jeito tão natural que não parece forçado. A história mistura ação, tensão e aquele romance irresistível que te prende do começo ao fim. A autora conseguiu criar um universo com conflitos e alianças políticas, enquanto desenvolvia personagens complexos e com quem dá para se conectar. Se você curte um bom romance sobrenatural com pitadas de ação e intriga, esse livro é feito pra você!

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